Msg de Thereza Santos / Foto: Forte de São Felipe (Guarujá, SP)

Embora em ruínas, o Forte de São Felipe ainda mantém muralhas e muros erguidos, em meio à natureza que o cerca e embeleza este pedaço da história das cidades de Guarujá e Bertioga, assim como de toda Região Metropolitana da Baixada Santista, no litoral de São Paulo


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Fotografia
Forte de São Felipe (Guarujá, SP)

          O Forte de São Felipe ou de São Luiz (ou Forte de Pedra, como é conhecido) foi mandado construir por Braz Cubas, Provedor da Fazenda, por ordem de Tomé de Souza, em 1552. Está localizado no município de Guarujá, defronte a Bertioga, na Ponta da Baleia, sopé do morro da Armação, no extremo nordeste da Ilha de Santo Amaro, no litoral paulista.


          Foi de lá que se desenrolaram os combates com os tamoios. Esse Forte, que cruzava seus fogos com o de São João (para defender o Canal de Bertioga), é um dos mais belos marcos da arquitetura militar portuguesa do século XVI. Nele, o famoso artilheiro alemão Hans Staden viveu parte de sua vida aventurosa, durante nove meses, quase sendo devorado pelos índios tupinambás.

          Com esse Forte foi construída a Capela de Santo Antônio de Guaíbe ou Guaibê. A fortaleza, que ainda foi durante algum tempo armação de baleias, foi reparada em 1765 e rearmada em 1798. Atualmente, seu estado de conservação é precário e, em ruínas, subsistem muralhas, bases das guaritas, muros e pisos em pedras.

Fonte: Site Novo Milênio

Autora da Msg
Thereza Santos (1938-2012)

          Registrada com o nome de Jaci dos Santos, escolheu o nome artístico de Thereza Santos e atuou como filósofa, teatróloga, atriz, professora, carnavalesca e militante pelas causas dos povos africanos da diáspora e dos afro-brasileiros. Nasceu no dia 7 de julho de 1938 e percebeu muito cedo os efeitos da discriminação racial. Vislumbrou a participação na Juventude Comunista como alternativa para resolução de questões como miséria e discriminação. Porém, teve dificuldades em tratar a questão racial, pois sempre recebia a resposta dos integrantes de que a questão era social e não racial. Numa sequência, passou a integrar o Partido Comunista (PCB), do Núcleo do Centro Popular de Cultura, que possuía visão semelhante à da Juventude Comunista em relação às questões raciais.


          Ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia (atual UFRJ) e tornou-se integrante da União Nacional dos Estudantes (UNE). Nessa efervescência intelectual, começou a fazer teatro de rua, com perspectiva no engajamento político. Na década de 60, participou do Movimento pela Libertação dos Povos Africanos de Expressão Portuguesa. Mas por sua relação com o PCB, foi presa nos anos 70, e ao ganhar liberdade, Thereza deixou o Brasil e optou por morar no continente africano durante aproximadamente cinco anos, onde trabalhou como educadora, contribuindo para a reconstrução cultural de Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

          Integrante do Teatro Experimental do Negro (TEN) do Rio de Janeiro e de São Paulo, participou no final da década de 60 como cofundadora do Centro de Cultura e Arte Negra (Cecan). E na década de 70, durante a ditadura militar, juntamente com o sociólogo Eduardo de Oliveira, escreveu e encenou a peça "E agora falamos nós", iniciativa considerada uma das primeiras peças teatrais para um grupo exclusivamente formado por negros e negras. Cabe salientar que este foi um dos principais trabalhos da carreira de Thereza como atriz. Já na década de 80, foi a primeira negra a ser nomeada para o Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo e, entre 1986 e 2002, foi assessora de Cultura Afro-Brasileira da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

          Em 2008, publicou o livro "Malunga Thereza Santos: a história de vida de uma guerreira", onde apresenta aspectos da história de sua vida. Thereza militou no Movimento Negro por mais de 50 anos e sua trajetória não deixa dúvidas de que é um dos nomes mais importantes e influentes no Movimento Negro Brasileiro. Faleceu em 19 de dezembro de 2012, após lutar contra um câncer de bexiga e insuficiência renal crônica.

Fonte: Site A Cor da Cultura

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