Msg de Carlos Drummond de Andrade / Fotografia: Praia do Puruba (Ubatuba, SP)

Sob a sombra de um Chapéu-de-Sol (Terminalia catappa), a Praia do Puruba, em Ubatuba, litoral paulista, oferece toda Paz que pode haver entre as águas doce e salgada que existe no encontro de um rio com o mar


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Fotografia
Praia do Puruba (Ubatuba, SP)

          Localizada na cidade de Ubatuba, litoral Norte de São Paulo, a Praia do Puruba é de tombo, com aproximadamente 1,5 quilômetro de areia fina e fofa e arborizada por abricós, cujo encontro dos rios Quiririm com o Puruba tornam essa praia um lugar diferenciado. A praia oferece pouca estrutura, mesmo do lado da Vila.

          Para chegar, o acesso é por via secundária na altura do quilômetro 24 da rodovia Br-101. Seguindo mais 2 quilômetros até a Vila do Puruba, é preciso atravessar o rio para chegar na praia. Para isso, existem barqueiros nos feriados e durante a temporada. Há uma passagem do lado direito da praia, entrando na altura do quilômetro 25, subindo uma via de terra. Seguindo à esquerda existe uma trilha íngreme descendo direto para a praia sem ter que atravessar o rio.

          Histórico - O município de Ubatuba, no litoral Norte de São Paulo, conta com 102 praias e 16 ilhas. Os índios Tupinambá foram os primeiros habitantes da região. Excelentes canoeiros, dominavam o arco e flecha e viviam em paz com os índios do planalto até a chegada dos portugueses e franceses, que tentaram escravizar os índios com o intuito de colonização. Naquela época Ubatuba era conhecida como Aldeia de Iperoig. O povoado, formando em 1554, foi elevado à Vila em 28 de Outubro de 1637, passando a se chamar Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, tendo como fundador Jordão Albernaz Homem da Costa, nobre português das Ilhas dos Açores.

          A abertura dos portos a partir de 1808 beneficiou diretamente a então Vila de Ubatuba, que foi elevada a categoria de cidade em 1855 e em 1872 elevada à comarca, juntamente com São José dos Campos. Após a Revolução Constitucionalista de 1932, com melhorias realizadas na Rodovia Oswaldo Cruz (Ubatuba-Taubaté), a cidade passou a contar com uma ligação permanente com o Vale do Paraíba, possibilitando um novo setor de desenvolvimento econômico: o Turismo. E no início da década de 50, com a abertura da SP55, Ubatuba-Caraguatatuba, intensificou-se o turismo e a especulação imobiliária. Por fim, em 1967, Ubatuba é elevada a categoria de Estância Balneária e culmina com a abertura da Rodovia Rio-Santos em 1975, quando o turismo se torna a maior fonte de renda do município.

Fonte: Viva Ubatuba, Site de Turismo da cidade de Ubatuba

Autor da Msg
Carlos Drummond de Andrade (31/10/1902 - 17/8/1987)

          Nono filho de Carlos de Paula Andrade (fazendeiro) e Julieta Augusta Drummond de Andrade, Carlos Drummond de Andrade nasce na cidade mineira de Itabira do Mato Dentro. Estuda em Belo Horizonte e, em 1918, muda-se para Friburgo (RJ), sendo matriculado no Colégio Anchieta. Um ano depois, é expulso por "insubordinação mental", após um incidente com o professor de português, e volta para Belo Horizonte.

          Em 1925, casa-se com Dolores Dutra de Moraes e conclui o curso de farmácia em Ouro Preto, mas não exercera a profissão. No mesmo ano, funda com outros escritores "A Revista", que, embora só conheça três edições, será importante para a afirmação do movimento modernista mineiro. No ano seguinte, Drummond leciona Geografia e Português em Itabira e, então, muda outra vez para Belo Horizonte, a fim de ser redator-chefe do "Diário de Minas". Em 1929, deixa o "Diário de Minas" para ser auxiliar de redação e depois redator no "Minas Gerais" (órgão oficial do Estado). Em 1930, publica "Alguma Poesia", seu primeiro livro, numa edição de 500 exemplares (paga por ele mesmo), e se torna redator de três jornais simultaneamente: o "Minas Gerais", o "Estado de Minas" e o "Diário da Tarde".

          Em 1934, publica "Brejo das Almas" (200 exemplares) e assume um cargo público no Rio de Janeiro, como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação. "Sentimento do Mundo" é publicado em 1940, com tiragem de 150 exemplares. "Poesias" sai dois anos depois, pela José Olympio Editora. Em 1944, Drummond lança "Confissões de Minas" e, em 1945, "A Rosa do Povo" e a novela "O Gerente". Também em 1945, deixa a chefia de gabinete de Capanema, tornando-se editor da "Imprensa Popular", o jornal comunista de Luís Carlos Prestes. Meses depois, afasta-se por discordar da orientação do jornal. É então chamado para trabalhar no Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN). Apesar de exercer funções burocráticas até 1962 (quando se aposenta), o poeta se preocupa com a profissionalização do escritor e, sempre que possível, trabalha em prol dos companheiros de escrita.

          Drummond também traduz obras de autores como Balzac, Laclos, Proust, García Lorca, Mauriac e Molière. Na década de 1970, publica "Caminhos de João Brandão", "Seleta em Prosa e Verso", "O Poder Ultrajovem", "As Impurezas do Branco", "Menino Antigo", "Amor, Amores", "A Visita", "Discurso de Primavera e Algumas Sombras" , "Os Dias Lindos", "70 Historinhas", "O Marginal Clorindo Gato" e "Esquecer Para Lembrar". Na primeira metade da década seguinte, sairão "Contos Plausíveis", "O Pipoqueiro da Esquina", "Amar Se Aprende Amando", "O Observador no Escritório" (memórias), "História de Dois Amores" (infantil) e "Amor, Sinal Estranho".

          Em 1986, lança "Tempo, Vida, Poesia" e contribui com 21 poemas para "Bandeira, a Vida Inteira", edição comemorativa do centenário de Manuel Bandeira. No mesmo ano, sofre um infarto e fica 12 dias internado. Em 31 de janeiro de 1987, escreve o derradeiro poema, "Elegia a um Tucano Morto", que integrará "Farewell", último livro organizado pelo poeta. No Carnaval do Rio, é homenageado pela Mangueira com o samba-enredo "No Reino das Palavras". Em 5 de agosto, após dois meses de internação, morre sua filha, Maria Julieta, vítima de um câncer. O poeta fica desolado: seu estado de saúde piora, e ele falece 12 dias depois, aos 85 anos, de problemas cardíacos. É enterrado no mesmo jazigo que Maria Julieta, no cemitério São João Batista (Rio de Janeiro).

Fonte: Uol Educação

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