Msg de Mestre Pastinha / Fotografia: Caxixi

Instrumento musical usado na capoeira como complemento ao berimbau. Tocados juntos, eles dão o ritmo à roda de capoeira.



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Fotografia
Caxixi

          O Caxixi é um chocalho de cesto, originário da Cultura Bantu, que pertencente à região africana do Congo-Angola, no qual era utilizado em rituais e cerimônias. O instrumento chegou ao Brasil trazido por escravos.

          Feito de palha trançada, tem com a base feita de cabaça cortada em forma circular e a parte superior reta, terminando com uma alça da mesma palha. No interior do caxixi, há sementes secas, que ao sacudir dá o som característico.

          O caxixi é um instrumento de percussão usado principalmente como complemento do Berimbau. A mão direita que segura à vareta ou baqueta entre o polegar e o indicador, segura também o Caxixi, com o médio e o anular, desta maneira, cada pancada da baqueta sobre a corda do berimbau é acompanhada pelo som seco do Caxixi.

          Pode ser encontrado em tamanhos que variam de 10 a 15 centímetros de altura e cerca de 6 centímetros de diâmetro na base, sendo sua abertura fechada por uma rodela de cabaça.

Fonte: Site Todos Instrumentos Musicais

Autor da Msg
Mestre Pastinha (1889 — 1981) 

          Vicente Ferreira Pastinha nasceu em Salvador, dia 5 de abril de 1889, e ficou conhecido como um dos principais mestres de Capoeira. Filho do espanhol José Señor Pastinha e da baiana Eugênia Maria de Carvalho, dizia não ter aprendido a Capoeira em escola. Com cerca de dez anos, um menino tornou-se seu rival e Pastinha sempre perdia as brigas. Até um dia em que um velho africano chamado Benedito o chamou da janela de sua casa e lhe ofereceu ensinar algo de grande valia. Assim começou a formação deste mestre que dedicaria sua vida para manter o legado da Cultura Africana às novas gerações. E o menino que o atacava aprendeu com um só golpe a admirá-lo e respeitá-lo, tornando-se amigos.

          Pastinha se distinguiu na atividade de ensinar Capoeira, demonstrando talento como pensador, além da capacidade de se comunicar. Os conceitos do Mestre Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade. Mas por volta de 1910, Mestre Pastinha ministrava suas aulas às escondidas, pois a capoeira figurava no Código Penal como atividade proibida, sujeita à pena de prisão de dois a seis meses. O endurecimento da repressão levou Pastinha a interromper suas aulas entre 1913 e 1934. Somente em 1941, fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no Largo do Cruzeiro de São Francisco, em Salvador, no qual adotou como uniforme as cores de seu time de futebol do coração: preto e amarelo do Esporte Clube Ypiranga. E em 1955 o CECA muda para seu endereço mais famoso: o casarão da Praça do Pelourinho, nº 19.

          Como reconhecimento por sua contribuição à cultura afro-brasileira, em 1966 Pastinha integrou uma comitiva brasileira ao primeiro Festival Mundial de Arte Negra no Senegal, sendo um dos destaques do evento. Contra a violência, Mestre Pastinha transformou a capoeira em arte. E apesar do reconhecimento público, infelizmente terminou seus dias esquecido. Expulso do Pelourinho em 1971 pela Prefeitura, esse ato de destrato e desconsideração causou forte piora de sua saúde física. Mesmo cego, Pastinha não deixou de acompanhar seus alunos. Ele foi enviado para o abrigo de idosos Dom Pedro II, em Salvador, onde permaneceu até sua morte, no dia 13 de novembro de 1981, aos 92 anos.

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