Msg de Zumbi dos Palmares / Fotografia: Jacuaçu

Breve pouso do Jacuaçu (Penelope obscura), antes de voar para se empoleirar em outra árvore da Serra do Mar, em um fim de tarde no litoral Sul de São Paulo


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Fotografia
Jacuaçu (Penelope obscura)

          O Jacuaçu é uma ave Galliforme da família Cracidae. Também conhecido como jacu-velho (Rio Grande do Sul), jacuguaçu, jacu e jacupixuna, o desmatamento e a caça indiscriminada reduziram drasticamente a população dessa espécie. Seu nome científico significa: do (latim) pene = quase; e do (grego) lophos = crista; e do (latim) obscurus = escuro, sombrio. ⇒ Ave escura com crista parcial.

          Espécie meridional de tamanho avantajado, medindo 68 a 75 centímetros e pesando 1.000 a 1.200 gramas (SIGRIST, T., 2009). Coloração verde-bronze bem escura; manto, pescoço e peito finamente estriados de branco; pernas anegradas. O macho possui a íris vermelha, ao contrário da fêmea. Espécie grande e barulhenta, notável pelo ruído esquisito e fortíssimo que produz com as asas enquanto voa.

          Embora habite matas, desce em campo aberto para se alimentar. É predominantemente frugívoro, e nisto altamente especializado, de acordo com Sigrist (2009), embora alimente-se também de folhas, brotos, grãos e insetos. Dentre as frutas de árvores nativas, essa espécie de ave é muito atraída por frutos de araçá. Defeca as sementes intactas. Bebe na beira dos rios e o ato de beber se assemelha ao dos pombos. É um processo de sugar, com o bico mantido dentro d'água, notando-se a ingestão do líquido pelo movimento rítmico da garganta. Sua vocalização compreende em um fortíssimo "oaao" rouco; melodioso "o,o,o…" ascendente; forte latido "wáu; gaak" (Sick).

          É monogâmico, o macho dá comida à fêmea, virando e abaixando gentilmente a cabeça, como os pais alimentam os filhos. O casal acaricia-se na cabeça. Para reprodução, o par faz um ninho pequeno nos cipoais, às vezes no alto das árvores ou em ramos sobre a água ou ainda em troncos caídos. Aproveita também os ninhos abandonados de outras aves. Pode se instalar sobre um galho entre gravatás cujas folhas ela pisa, obtendo assim um ninho. Põe três ovos grandes, uniformemente brancos. O período de incubação é de 28 dias, geralmente entre os meses de outubro a março. As ninhadas são de dois a três filhotes.

          Apresenta um sinal de excitação que se caracteriza por abrir e fechar impetuosamente a cauda. Tem o tique de sacudir a cabeça. À tardinha, antes de empoleirar-se, torna-se muito inquieto, sendo tal nervosismo, aparentemente, ansiedade para achar um bom lugar de dormida. Vive em bandos de 6 a 10 indivíduos. Habita as matas secundárias, capoeiras, plantações e matas de galeria (matas altas).

          Vive no Sudeste e Sul do Brasil, de Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul; Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia. No Rio de Janeiro ocorre nas montanhas, em São Paulo na Serra do Mar e no litoral. Para o estado de São Paulo, a espécie consta no Anexo III do Decreto nº 56.031/10 classificada como 'quase ameaçada' (NT), o que significa que, ele está em vias de integrar as categorias de ameaça apresentadas no referido Decreto em um futuro próximo (Art. 2º; IX).

Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Galliformes
Família: Cracidae (Rafinesque, 1815)
Espécie: P. obscura
Nome Científico: Penelope obscura (Temminck, 1815)
Nome em Inglês: Dusky-legged Guan


Fonte: Site Wiki Aves

Autor da Msg
Zumbi dos Palmares (1655 - 20 de novembro de 1695)

          Nascido em 1655, Zumbi dos Palmares foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial brasileiro. Zumbi nasceu na então Capitania de Pernambuco, na Serra da Barriga, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas. Ficou conhecido por lutar contra a escravidão negra até o fim da sua vida.

          Em 20 de novembro de 1695, morria Zumbi dos Palmares, encerrando mais de um século de resistência naquele quilombo. Ele morreu na guerra contra a escravidão, cuja luta contra a desigualdade ainda se faz necessária. A partir dali, ao invés de esmorecer, foram formados milhares de novos quilombos pelo país inteiro, muitos dos quais continuaram a existir após a abolição. Hoje, segundo a Fundação Palmares, órgão do Ministério da Cultura, há perto de 1.900 comunidades remanescentes no país inteiro.

          A regularização fundiária desses remanescentes de quilombos é parte dessa luta. Os quilombolas atuais são museus vivos, de enorme relevância por guardarem parcela significativa da Cultura trazida da África, o que inclui a propriedade e uso coletivo de terras. Além de lembrar aos brasileiros que afrodescendentes são partes da nossa sociedade, embora ainda padeçam da falta de igualdade plena, verdadeira, não apenas formal, no papel.

          O Quilombo de Palmares fica na Serra da Barriga, distante de áreas urbanas, em região de mais difícil acesso. Em uma área enorme, indo até as margens do Rio São Francisco, de topografia acidentada e uma mescla de mata fechada com palmeirais (palmares) nativos nos topos dos morrotes. Tudo começou com a revolta dos escravos de um engenho de açúcar que, armados apenas com foices, chuços e paus atacaram e dominaram seus amos e feitores. Corria o ano de 1.580 e já havia muitos exemplos de revoltas que foram sufocadas, como seria também a deles. Se ficassem na usina, logo seriam cercados por forças bem armadas. Se fugissem pra perto, logo seriam alcançados. Daí, a decisão de andar semanas e semanas até a região dos Palmares.

          Ergueram, então, onze vilas, chamadas de mocambos, que começaram com cerca de três mil pessoas e chegaram a ter 40 mil habitantes. O chefe maior era eleito, como na maioria das comunidades africanas, e não tinha poderes absolutos nem linhagem religiosa, num convívio baseado na fraternidade e solidariedade. No mocambo Cerca do Macaco, nasceu Zumbi dos Palmares, que ainda criança foi raptado e entregue a um missionário português, que o batizou de Francisco e o educou.

          Aos 20 anos, voltou aos Palmares, à época sob a liderança de seu tio Ganga Zumba. Desde o início de tudo, os quilombolas de Palmares já haviam enfrentado incontáveis batalhas contra portugueses, holandeses e senhores de engenhos. Usavam táticas de guerrilha e quase sempre saíam vitoriosos ou, pelo menos, ilesos, pois ninguém ousava entrar nos redutos por eles dominados, na tentativa de alcançá-los.

          Zumbi tomou a dianteira, destacando-se como comandante militar, o que o colocou na posição de líder maior do quilombo. Sua fama se espalhava pelo País como homem capaz de muitas proezas, que não aceitava negociar com o poder colonial que os escravizava e que tinha o corpo fechado, ninguém conseguiria matá-lo. As histórias incomodavam as autoridades e senhores de escravos. Foi armada, então, em 1.687, uma grande ofensiva contra Palmares, tarefa entregue ao bandeirante Domingos Jorge Velho, então já conhecido matador de índios da Bahia ao Piauí, e senhor de fazendas em todo o Nordeste. Ele tinha um exército de 2.100 homens.

          Foram 7 anos de ofensivas e, aos poucos, foram solapando o quilombo pelas beiradas, mocambo a mocambo, até o derradeiro ataque ao Macaco, iniciado em março de 1.695. Delatado por um ex-comparsa, Zumbi foi morto no dia 20 de novembro e decapitado, tendo sua cabeça levada a Recife, onde ficou exposta até se decompor.

Fonte: Site Geledés - Insituto da Mulher Negra

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