Msg de Carolina Maria de Jesus / Fotografia: São Vicente (SP)

Assim como a chuva que cai do céu, as lágrimas têm sua importância. O que seria da alegria se não fosse a melancolia? Embora não menos importante seja o momento de cessar a chuva e as lágrimas...


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Fotografia
Orla de São Vicente (SP)

          A origem do nome São Vicente vem do ano 325, da cidade espanhola de Huesca, então Província de Saragoza. Lá nasceu Vicente, padre dedicado que se destacava por seu trabalho, tanto que o bispo de Saragoza, Valério, lhe confiou a missão de pregador cristão e doutrinador catequético.

          Naquela época, Valério e Vicente enfrentavam o imperador Diocleciano, que perseguia os cristãos na Espanha. Os dois acabaram presos, o bispo banido e Vicente condenado à tortura. O martírio sofrido por Vicente foi brutal a ponto de surpreender os carrascos, que relataram a impressionante resistência do rapaz. No final daquele dia 22 de janeiro, mataram e dilaceraram seu corpo, jogando-o às aves de rapina. Relatos contam que um corvo espantava as outras aves, evitando a aproximação das demais. Então, os carrascos decidiram jogá-lo ao mar, sendo o corpo de Vicente resgatado por cristãos, que o sepultaram em uma capela perto de Valência. Depois, seus restos mortais foram levados à Abadia de Castes, na França, onde foram registrados milagres, e em seguida foram levados para Lisboa, na Catedral da Sé, onde estão até hoje.

          Cellula Mater - Vicente foi canonizado e recebeu o nome de São Vicente Mártir, hoje santo padroeiro do município de São Vicente, no litoral paulista, e de Lisboa, em Portugal. Desde então, o dia 22 de janeiro é dedicado a ele e, por isso, quando a expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos chegou neste local, em 22 de janeiro de 1502, deu à ilha o nome de São Vicente, pois o local era conhecido, até então, como Ilha de Gohayó.

          O navegador português Martim Afonso de Sousa chegou 30 anos depois, em 22 de janeiro de 1532, enviado pela Coroa Portuguesa para constituir a primeira Vila do Brasil e resolveu batizá-la reafirmando o nome do Santo daquele dia, São Vicente, pois era reconhecidamente um católico fervoroso.

Fonte: Site da Prefeitura de São Vicente

Autora da Msg
Carolina Maria de Jesus (1914-1977)

          Carolina Maria de Jesus nasceu no interior de Minas Gerais, em Sacramento, no dia 14 de março de 1914. Vinda de uma família extremamente pobre, tinha sete irmãos e teve que trabalhar cedo para ajudar no sustento da casa. Por isso, estudou apenas até o segundo ano primário.

          Na década de 30, mudou-se para São Paulo e foi morar na favela do Canindé. Ganhava seu sustento e de seus três filhos catando papel. No meio do lixo, Carolina encontrou uma caderneta, onde passou a registrar seu cotidiano de favelada, em forma de diário.

          Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, repórter da Folha da Noite, Carolina teve suas anotações publicadas em 1960 no livro 'Quarto de Despejo', que vendeu mais de 100 mil exemplares. A obra foi prefaciada pelo escritor italiano Alberto Moravia e traduzida para 29 idiomas. Em 1961, o livro foi adaptado como peça teatral por Edi Lima e encenado no Teatro Nídia Lícia, no mesmo ano. Sua obra também virou filme, produzido pela Televisão Alemã, que utilizou a própria Carolina de Jesus como protagonista do longa-metragem 'Despertar de um sonho' (inédito no Brasil).

          Em 1963, Carolina publicou o livro 'Pedaços da Fome' pela editora Áquila, com apresentação de Eduardo de Oliveira. Em 1965 publicou Provérbios. Já em 1977, durante entrevista concedida a jornalistas franceses, Carolina entregaria seus apontamentos biográficos, onde narrava sua infância e adolescência. Em 1982 o material foi publicado postumamente na França e na Espanha, sendo lançado no Brasil em 1986, com o título 'Diário de Bitita', pela editora Nova Fronteira.

          Carolina foi uma das duas únicas brasileiras incluídas na Antologia de Escritoras Negras, publicada em 1980 pela Random House, em Nova York. Também está incluída no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, publicado em Lisboa por Lello & Irmão. Faleceu em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977.

Fonte: Site A Cor da Cultura

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