Msg de Lao-Tsé / Fotografia: Coruja-buraqueira

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia) observa o ambiente sabiamente - e quase despercebida - do alto de uma árvore

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Fotografia
Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)

          Da ordem Strigiformes e família Strigidae, a Coruja-buraqueira (ou em inglês Burrowing Owl) tem sua distribuição geográfica entre o Canadá e a Terra do Fogo, bem como em quase todo o Brasil, exceto nas áreas densamente florestas. Vive em ambientes abertos, como campos naturais, cerrado, campo limpo, pastagens, áreas urbanas como aterros, campos de futebol, jardins etc. Terrícola, tem hábitos diurnos e noturnos, mas é ativa, principalmente durante o crepúsculo. Alimenta-se de insetos e pequenos vertebrados, possui de 19 a 26 centímetros de comprimento e pesa de 147 a 240g. Ao contrário da maioria das corujas, o macho é ligeiramente maior que a fêmea, e devido aos hábitos terrícolas as fêmeas são normalmente mais "sujas" que os machos.


          Seu nome científico 'cunicularia' significa 'pequeno mineiro' devido ao hábito de viver em buracos e cavidades no solo. Também conhecida pelos nomes de caburé-do-campo, coruja-do-campo, coruja-mineira, corujinha-do-buraco, guedé, urucuera, urucuréia e urucuriá. Para reprodução, como seu próprio nome diz, nidifica no solo, seja em buracos abertos por ela mesma ou abandonados por tatus e readaptados pelas corujas.

          A qualquer sinal de perigo emitem um som alto, forte e estridente. Esse alarme é dado durante o dia e chama atenção para a coruja e os filhotes, que ao escutarem o alerta, entram no ninho, enquanto os adultos voam para pousos expostos e atacam decididamente qualquer fonte de perigo para os filhos. Durante a noite emitem chamados de acasalamento e territorial, de tom semelhante a outras corujas, graves e completamente diferentes dos silvos diurnos de alarme.

          Podem defender o ninho, voando em direção a um predador potencial, como serpentes, cachorros, gatos, inclusive pessoas, desviando no último momento. Vivem, no mínimo, nove anos em habitat selvagem.

Fonte: Site Aves de Rapina Brasil

Autor da Msg
Lao-Tsé (Século 6 ou 4 a.C.)

          Lao tze, Laozi, Lao-tse ou Lao Tzu: todas são pronúncias ocidentalizadas do título de uma das maiores personagens da filosofia na China antiga. Isso mesmo: Lao tze não é um nome, mas significa 'grande senhor' ou 'velho mestre'. Seu nome real seria Li Er ou Lao Dan. A tradição diz que ele viveu no século 6 antes de Cristo, mas estudiosos modernos afirmam que deve ter vivido dois séculos depois, numa época conhecida como Cem Escolas de Pensamento. Atribui-se a ele a autoria da obra criadora do taoísmo, o "Tao Te King", ou Livro do Caminho e da Virtude. Junto com a Bíblia, esse livro é um dos mais traduzidos no mundo.

          O taoísmo é uma mescla de religião e de filosofia de vida e Lao tze tornou-se uma das principais figuras cultuadas. Junto com o budismo e o confucionismo, o taoísmo (ou daoísmo) forma os três pilares do pensamento filosófico chinês. Segundo pesquisadores modernos, Lao tze jamais existiu: é uma criação dos fundadores da escola filosófica (daojia) e da tradição religiosa (daojiao).

          Os Shiji - registros dos historiadores feitos pela dinastia chinesa Han cerca de 400 anos depois da época de Lao tze - trazem uma 'biografia' do pensador, que teria nascido em Chu (atual Luyi), na província de Henan. Lendas dizem que sua mãe teve uma gestação de oito anos e a criança nasceu de cabelos brancos: daí viria seu título, que pode significar tanto 'velho mestre' como 'criança velha'. Ele teria sido contemporâneo de Confúcio, considerado outro grande mestre da filosofia chinesa. Os dois teriam se encontrado quando Lao tze trabalhava como arquivista na Biblioteca Imperial da dinastia Zhou e, de acordo com essas histórias, discutiram durante meses, tendo Lao tze influenciado o pensamento confucionista.

          Com a perda de poder da dinastia Zhou, Lao tze largou o emprego e viajou para o Oeste em seu búfalo, atravessando a China para depois desaparecer no deserto. Antes disso, um guarda da fronteira o convenceu a escrever seus ensinamentos: até então, divulgados apenas com a palavra falada. O resultado foi o "Tao Te King", um dos mais significativos tratados da filosofia chinesa, que aborda espiritualidade individual, existencialismo, dinâmicas interpessoais e técnicas para governar. Tao, em chinês, significa "O caminho" e costuma ser definido como a natureza, o princípio natural que regula a ordem do universo físico.

          Para ele, a violência deve ser evitada sempre que possível e as vitórias militares são apenas uma ocasião para lamentar a necessidade de usar a força contra outros seres vivos. As três virtudes principais são coragem, generosidade e liderança. Para evitar a hipocrisia, Lao tze aconselha a "agir sem agir" sendo espontâneo, de acordo com os próprios sentimentos, sem pensar na aprovação dos outros.

          A fama desse pensador real ou imaginário viajou muito além das fronteiras da China e de seu tempo. O taoísmo ou daoísmo espalhou-se pela Ásia. As crenças foram assimiladas como uma tradição de vida e contribuíram para a formação das culturas japonesa e coreana. Durante os anos 1900, uma tradução em latim do "Tao Te Ching" chegou à Inglaterra e os ensinamentos de Lao tze se difundiram no Ocidente moderno. Frases memoráveis do filósofo, do tipo "governar um país grande é como cozinhar um peixe pequeno", passaram a fazer parte da linguagem da política ocidental.

Fonte: Biografias Uol Educação

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