Msg de Clarice Lispector / Fotografia: Borboleta estaladeira

Sincera dúvida entre a espécie específica desta bela borboleta em tronco de árvore, mas acreditando se tratar da Borboleta Estaladeira (Hamadryas amphinome), embora se pareça com a Hamadryas arinome



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Fotografia
Borboleta estaladeira (Hamadryas amphinome - Linnaeus, 1767)

          Esta borboleta pertence à família dos Ninfalídeos (Nymphalidae). Suas asas tem como cor de fundo negro-azulado, apresentando um padrão marmoreado, manchado de azul-acinzentado brilhante. Nas asas anteriores possui uma faixa transversal de cor branca, e nas asas posteriores apresenta uma fileira de pintas azuladas rodeadas por manchas ovais em forma de lágrimas. A face inferior é muito atrativa, sendo de cor negra com manchas vermelhas em forma de gomos, desde a base junto ao corpo, não chegando às extremidades das asas posteriores. As anteriores apresentam de igual forma à faixa branca. Ambos os sexos são idênticos e a sua envergadura varia entre os 7,5 e os 8,5 centímetros de comprimento.

          Habita as orlas e clareiras das florestas húmidas da América Central e do Sul, estendendo-se desde o México até a Argentina, até 1.500 metros de altitude. As borboletas passam grande parte do tempo pousadas nos troncos das árvores de cabeça para baixo, a espera de potenciais parceiros. Se perturbadas fazem curtos voos, voltando ao ponto de partida ou pousando a uma altitude superior. Ao contrário de outras espécies, esta alimenta-se de frutos maduros ou putrefatos e de excrementos de animais.

          Enquanto lagartas, são gregárias, vivendo e alimentando-se em grupos. São negras, cobertas de espinhos ramificados com pontas esbranquiçadas, dos quais se destacam dois longos espinhos sobre a cabeça. Apresentam também sobre a zona central do dorso, pequenos desenhos circulares e espinhos de cor amarelo-alaranjados ou avermelhados. Alimentam-se de Dalchampia scandens da família Euphorbiaceae. Na fase da metamorfose, a lagarta tece um ponto de seda numa folha ou haste da planta hospedeira, fixando-se de cabeça para baixo para se transformar em crisálida. A crisálida tem um aspecto peculiar, assemelhando-se a uma folha seca, de cor verde e castanha, com duas longas protuberâncias onduladas na zona da cabeça.

          Uma característica curiosa é a dos machos produzirem um som similar à crepitação, ruído ou estalido durante o voo. É produzido por um par de hastes espinhosas na ponta do abdómen contra as cerdas sobre a zona anal. Somente os machos podem produzir o som, mas ambos os sexos podem detectá-lo. As suas asas têm pequenas células ocas, cobertas de membranas, que vibram em resposta ao som e estimulam as terminações nervosas. A finalidade do som não é conhecida. Pode possivelmente dissuadir os outros machos concorrentes de ocuparem o mesmo território. Existem cerca de 21 espécies do género Amadryas.

Fonte: Blog Joias da Natureza

Autora da Msg
Clarice Lispector (1920-1977)

          Clarice Lispector foi uma escritora e jornalista brasileira, de origem judia, nascida em Tchetchelnik, Ucrânia, dia 10 de dezembro de 1920, e reconhecida como uma das mais importantes escritoras do século XX. Junto ao seu pai Pinkouss e sua mãe Mania Lispector, chegaram no Brasil em março de 1922 na cidade de Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe.

          Nascida Haia Pinkhasovna Lispector, por iniciativa do seu pai todos mudam de nome e Haia passa a se chamar Clarice. Em 1925 a família mudou-se para Recife, onde Clarice passa infância no bairro Boa Vista. E em 1937 foram morar no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito. Estreou na Literatura com o romance "Perto do Coração Selvagem" (1943), que recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1944, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou ao Rio de Janeiro.

          Clarice começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo da vida, nunca se desvinculou totalmente do Jornalismo. Em 1966, sofreu queimaduras no corpo e na mão direita enquanto dormia com um cigarro aceso, passou por cirurgias e por isso isolou-se, mas se manteve escrevendo. Entre suas obras mais importantes estão a reunião de contos em "A Legião Estrangeira" (1964), "Laços de Família" (1972), os romances "A Paixão Segundo G.H." (1964) e "A Hora da Estrela" (1977).

          Clarice Lispector faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977.

Site: Pensador

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